Se as coisas fossem mães, diria Sylvia Orthof, nossa mãe, fada seria. Mas, pensando na minha própria mãe e na minha relação com meus filhos diria sem pestanejar que toda mãe, bruxa seria.
Na tentativa de fazer meus filhos comerem verduras e legumes, vez ou outra saltava do meu caldeirão a famosa sopa, onde entre vagens e repolhos meus pequenos identificavam no prato as perninhas de sapos e as asas de morcego. Essa genial e didática idéia me custou uma noite de sono, quando um amiguinho dos meninos que foi dormir lá em casa passou mal a noite toda se lembrando do que havia comido no jantar. Resultado: lá fui eu de madrugada devolver o menino para a sua mãe.
Toda boa mãe bruxa também é vidente, sabe direitinho quem derrubou o achocolatado na pia e não limpou.
E só em casa de bruxa as meias vão para lavar e não voltam. Ou melhor, só volta um pé. O outro desaparece misteriosamente engolido pelo balde, pela máquina de lavar ou pelo vento no varal.
E mãe que é bruxa das boas, sempre manda os filhos tomarem banho na hora da melhor diversão: do desenho, do vídeo game ou daquele papo no MSN. E ainda pede para o marido mudar o canal na hora do jogo e esbraveja, rodopia e bate com a vassoura quando ninguém obedece.
Essas bruxas leem pensamentos e adivinham quando o filho teve uma prova amarga na escola. Ou quando a paixão não é correspondida. Ou quando o amigo não foi tão legal. E nessa hora se cuidem, pois o feitiço se espalha por todos os lados!
Refletindo na escola sobre o dia das mães, pensamos em presentes para alegrá-las. Então, trouxemos a história da "Bruxinha que era boa". Um texto de Maria Clara Machado, montado pelo Grupo República Ativa de São Paulo.
Entre oferecer às mães uma vassoura ou um espelho mágico, ficamos com a segunda opção. As crianças esbanjaram flores com a técnica fimo.
Mas... Devo ter cuidado ao olhar no espelho que o Iago fez pra mim: já é possível notar uma verruga nascendo bem na ponta do meu nariz!!!
FELIZ DIA DAS MÃES!
